quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

E a confiança? Acabou?






Nesse dia tudo foi mais triste. Primeiro, se assustou. Tão ingênua, achava que tinha ao seu lado alguém muito diferente de todas as outras pessoas que conheceu. Pensava que quem lhe amava era somente seu, sem medos e sem dúvidas.

Errou. Então sentiu raiva e atacou, pois percebeu que nunca saberia de todas as verdades que gostaria e que mentiras nem sempre são reveladas. Despejou sua ira e cobrou uma explicação que não existia.

Depois, se decepcionou. Descobriu que quem tanto lhe elogiava, podia elogiar outras mulheres também - inclusive com belezas muito maiores que a sua, se é que tinha alguma. Viu que a concorrência era desleal. Desconfiou da veracidade do que havia recebido até então.

Daí se odiou. Se sentiu enganada, a boba da vez. Odiava seu corpo, que até então aceitava sem problemas e até se sentia bem com ele. Odiava seu cabelo, que pintou pra surpreender o outro. Odiava sua cor, que era oposta à dele. Odiava a própria voz, que julgava ser muito infantil. Odiava até seus pensamentos, pois não conseguia perdoar, tampouco esquecer. Sentiu vergonha de si mesma e de tudo que já fez. 

Por fim, se conformou. Não encontrou maneira de colocar um ponto final naquela história e ainda amava quem deixou partir a lealdade. Que, embora não tivesse outro alguém, mexeu com o que não poderia ter sido tocado: a confiança de quem ama. O cristal que não deve ser quebrado, o único remédio para a insegurança, o único antídoto da dor. 

E assim o dia terminou. E ela segue se perguntando o que, afinal, acabou. 

terça-feira, 30 de abril de 2013

Até que a gente se encontre

Percorri o caminho que precisava mas detestava a ideia de percorrer. Em meio a tanto silêncio e centenas de lápides, procurava sem querer a sua. A que teria seu nome escrito, provando o que meu coração até hoje não quis aceitar. Passei os olhos por dezenas de nomes e a cada passo meu coração se apertava com medo de o próximo nome ser o seu. Reparava o tão curto tempo que muitos ali tinham vivido e imaginava quanta dor já havia sido sentida naquele lugar. Percebia enquanto andava alguns túmulos ainda marcados pelas lembranças recentes que muitos deixaram ali. Flores, terços, fotos e velas para demonstrar que uma vida foi muito pequenina pra amores tão grandes. 

Ao encontrar o local da sua sepultura, senti que nada no mundo fazia sentido. Penso que minha respiração parou por alguns segundos, até eu assimilar a ideia de que eu tinha achado o que ninguém nunca merecia ter encontrado. Agachei ao lado daquela lápide, que foi a primeira que visitei na vida, e passei os olhos e os dedos incontáveis vezes pelas palavras que gravaram lá. Seu nome, os números de identificação, a data do seu nascimento, a data em que você se foi. Senti uma tristeza que não sei explicar com palavras. Desejei tanto poder voltar no tempo e te salvar disso tudo, quis tanto ter o poder de mudar sua história ou pelo menos só aquele dia, pra você não estar naquele lugar, naquela noite, naquela hora... 

Enquanto olhei pro seu nome ali, não parei de chorar um minuto sequer. Vi que algumas lágrimas acabaram molhando seu túmulo e me perguntei se aquilo era correto. Desejei ter algumas flores ou algo bem bonito pra deixar lá, pra que todo mundo sempre soubesse o quanto você era amado. Mas percebi que tudo o que eu tinha era minha tristeza de não poder te ver ali. Mas de certa forma me acalmava saber que nada daquilo era você. Onde você estava era sempre alegria, sorriso ou no mínimo agitação. Aquele lugar era quieto demais pra você ter suportado ficar ali. Eu sei, você não está lá. Provavelmente está no céu, vendo o quanto eu queria te ter de novo aqui.

Fiz as contas depois: cento e vinte e nove dias. Cento e vinte e nove dias e doía como se nenhum deles tivesse se passado. Da última vez que nos vimos você segurou minha mão e disse que me amava, lembra? E eu também te amo. E vou continuar amando, mesmo quando milhares de dias tiverem passado. Pra sempre, Filipe José Silva. 






"Now he's gone even though I hold him tight. I lost my love, my life that night."

quarta-feira, 6 de março de 2013

A morte, por Pedro Bial

A morte, por si só, é uma piada pronta. 
Morrer é ridículo.
Você combinou de jantar com a namorada, 
está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem,
precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no
carro e no meio da tarde morre. Como assim? 
E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente? 
Não sei de onde tiraram esta ideia:
MORRER!!!
A troco? Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio
estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve
lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física,
quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para
estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer
da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora
de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente... 
De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, 
numa artéria entupida, num disparo feito por um delinquente que gostou do seu tênis.
Qual é? 
Morrer é um chiste.
Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, 
sem ter dançado com a garota mais linda, 
sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida. 
Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e
penduradas também algumas contas. 
Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, 
a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira. 
Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu. 
Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, 
caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, 
começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer.
Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte
costelas gordas e mulheres magras e morre num sábado de manhã. 
Isso é para ser levado a sério? Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o
sono eterno pode ser bem-vindo. Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não
acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase
nada guardado nas gavetas.
Ok, hora de descansar em paz.
Mas antes de viver tudo? Morrer cedo é uma transgressão, 
desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero. 
E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas. Só que esta não tem graça. 
Por isso viva tudo que há para viver. 
Não se apegue as coisas pequenas e inúteis da vida. Perdoe. Sempre!

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Filipe José Silva ♥



Nego, a vontade de te ter de novo aqui às vezes me aperta o peito de um jeito inexplicável. Incrível como o tempo passa mas lembrar de você ainda dói. A impressão que eu tenho é que tá errado, que você ter ido embora foi um erro no ciclo do universo, um assalto à história feliz que você construiu com as pessoas que amava. Eu imagino todas as coisas que você ainda faria e não consigo me conformar com a sua partida. Espero ainda pelo dia em que vou descobrir que você vai voltar. Que foi uma brincadeira, um teste, qualquer outra coisa que desminta o que aconteceu. Apesar e talvez justamente por isso, sei que você viveu e ainda vive no coração de muita gente.


Você foi um protagonista, dos bons. Foi a pessoa mais apaixonante da história de muita gente. Foi o cara mais detestável pra muitos outros que não tiveram a oportunidade de te conhecer como você realmente era, por trás da aparência de folgado e malandro que você tinha. Seu comportamento era notável. Você nunca passou despercebido por lugar nenhum, com você sempre foi tudo ou nada. Tinha personalidade forte, ideias fixas. Conheci poucas pessoas com a sua coragem: nunca foi homem pra fugir. Folgado, pirracento, implicante. Quantas vezes te apontei esses defeitos? Os mesmos que fazia de você uma das pessoas que eu mais amava nesse mundo. 

Eu sabia que junto do seu temperamento explosivo existia um coração bom, que amava sinceramente. Que por trás do seu desinteresse por um monte de coisas importantes, existia uma inteligência fora do comum. Você tirava notas melhores que as minhas aprontando o fim de semana inteiro enquanto eu estudava. Eu conheci o Filipe José Silva, que tinha cheiro de hortelã porque ficava cinza se não passasse creme - coisa de neguinho. Que fazia um monte de merda mas era surpreendentemente focado nos objetivos que tinha. Eu tive a oportunidade de amar e ser amada pelo Dadin, o que fazia qualquer coisa pelos amigos e pela família. Que não media consequências pra alcançar o que queria. Que brigava comigo, me tirava de gordinha o tempo todo, mas dizia que eu era linda e elogiava meu sorriso. Que sabia que tinha feito coisa que eu não ia gostar e mesmo assim me confessava tudo. Que me acordava de madrugada pra conversar a toa. Que me procurava do nada dizendo que queria me dar um abraço. 

Eu tive a chance de te ter comigo por seis anos. Eu tive você. E de qualquer jeito eu vou sempre ter orgulho de ter feito parte da sua vida. Você foi intenso em tudo que você fez. Foi aonde queria ir, fez o que quis fazer. Sua vida valeu a pena, você fez história. Não existe nada nesse mundo que pode apagar o que você foi e o que você deixou. Eu vou pra sempre lembrar do som da sua risada, do seus cílios que eu invejava, da sua mão maltratada. Seu sorriso vai estar na minha memória daqui cinquenta anos, assim como seu jeito de falar, de andar e de fazer cara de bravo. Você vai estar em mim, sempre. Eu te amo do jeito mais eterno que posso imaginar amar alguém.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Paixão Vilanovense


Hoje foi dia de clássico. E quem tá falando sobre isso é uma mulher (e lá se vai toda a credibilidade do resto do meu texto, né?) não muito entendedora de futebol. Sei muito pouco sobre a história, as lutas, títulos, jogadores e tudo o mais que envolve os dois times: Goiás e Vila Nova. 
Duas torcidas com um histórico de rivalidade conhecido por qualquer goiano que se interesse minimamente por futebol (eu entro nessa parte da história). Mas não vou fingir imparcialidade. Sou vilanovense há quase sete anos, e tenho meus motivos. Não sou nenhuma fanática e, acho que por isso, muitas vezes critico o comportamento de muitos torcedores por aí. Mas só quando se vai pro estádio assistir a um clássico desses é que dá pra entender o tamanho da paixão dos torcedores. A massa fazendo aquele lugar tremer, com pulos, com palmas, com barulho de tambor, com gritos no tom mais alto possível e pedaços de cadeiras e pedras voando entre as torcidas também. E corre pra lá, corre pra cá, foge da polícia aqui, solta fumaça ali. Atitudes que, certas ou erradas, evidenciam uma paixão cega, um amor que não liga pra consequência nenhuma.
Não é a intenção minimizar torcida nenhuma mas, convenhamos amigos esmeraldinos (carinhosamente também chamados de "moxés"), torcer pra time que tá ganhando além de bom, é fácil. Dá orgulho, dá prazer e, vamos combinar, muitas alegrias. Mas sabe o que eu acho bonito mesmo? Manter a paixão pelo time mesmo nas piores fases. É lotar o estádio quando o time não tá ganhando porra nenhuma. É ser, sim, sofredor. Mas acima disso, torcedor de verdade. Porque como em tudo nessa vida, é nos momentos mais difíceis que a gente sabe quem é de verdade e quem é de mentira. O que é por essência e o que é por conveniência. 
Meus parabéns ao time do Goiás. Talvez tenham realmente merecido o resultado que tiveram. Talvez não. Independente disso, levaram a vitória, e isso conta. Mas sempre achei que a parte mais importante de um clube de futebol é a torcida. Os jogadores se aposentam, mudam de time e de camisa facilmente e, muitas vezes, se importam muito mais com o salário que ganham do que com o time em si - são muito mais mercenários que jogadores. A diretoria muda, a situação financeira e muita coisa mais que eu nem sei que existe deve mudar também. Mas o que fica por cinco, dez, trinta anos, são os torcedores. E isso o Vila Nova tem como nenhum outro time goiano. Um povo que grita apesar do mau desempenho dos jogadores, torce mesmo debaixo de chuva, canta em coro todas as músicas até quando não há gols, dá o sangue (muitas vezes literalmente) mesmo sem títulos. Uma torcida apaixonada que quer ver o time honrar essa paixão e voltar a jogar com o mesmo empenho que a torcida tem pra gritar. A frase do dia? O atual Vila não merece a torcida que tem. - dita pelo meu namorado, o pai dele e provavelmente muitas outras pessoas ali. Ainda assim, ela vai tá lá. Vai comparecer, vai torcer, vai gritar. Não pelos resultados, mas pelo amor.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Filipe José Silva ♥


É engraçado como as pessoas vão embora de repente, né? Engraçado como a vida e a  morte andam juntas, e a qualquer momento uma se põe no lugar da outra. E é engraçado como a gente fica relembrando e revirando na memória os melhores momentos que hoje só podem ser lembranças. Tudo o que um dia foi e não pode mais ser. Que existiu e agora se perdeu em algum lugar. É engraçado como isso é confuso, né? Não, não é. Não tem nada de engraçado nisso. Só existe dor, só existe desespero. A saudade de você é tanta que me dói fisicamente, sabia? Eu queria tanto, mas tanto, saber que você não me deixou. Saber que de alguma forma você ainda tá olhando pra mim, tá vendo o que eu tô sentindo e o quanto eu ainda te amo.
A morte não é justa. E tudo o que a gente tinha pra viver um do lado do outro? Tudo que a gente ainda tinha pra brigar, pra pirraçar, pra brincar? Sabe, eu olhei pra você deitado ali naquele caixão e de alguma maneira eu senti que não era você ali. Eram suas mãos, seu rosto, sua pele, mas não era você. Você sorriria e me daria um abraço. Diria que eu tô gordinha e tenho que malhar. Ia criticar meu cabelo e meu jeito de falar, mas depois ia dizer que eu tava linda. Não, não era você. Tá doendo tanto, nego. Tá doendo muito ler nossas conversas e não poder mais falar com você. Olhar pro bichinho que você me deu e saber que ele nunca mais vai ter seu cheiro. Lembrar da alegria que sua presença trazia e não poder mais te sentir. Eu fui na sua casa ontem, sabia? Mas ela não tem graça nenhuma sem você. Pelo contrário, tava tudo muito triste. Tudo no mesmo lugar... O sofá, a mesinha, as fotos, o tapete. Mas e você, tava onde? Eu não aguento mais ficar chorando aqui, feio. Eu fecho os olhos e penso em você, o tempo todo. Fecho os olhos e consigo ver seu sorriso, ouvir sua gargalhada. Eu lembro de tudo o que você me disse um dia e parece que nada mais faz sentido. As nossas conversas eram tão boas, nossos planos eram tão puros. A gente tinha um sentimento tão bonito um pelo outro. Era tão bom ficar escutando suas histórias, as coisas que você imaginava... Eu tô triste como nunca estive. Você deixou algo em mim que não tô conseguindo carregar. O tempo tá passando e a cada hora eu tenho mais vontade de ter você de novo aqui. Eu tenho mais vontade de voltar no tempo e fazer tudo de um jeito melhor. Há cinco anos eu tava na escada do colégio chorando porque não ia te ver todo dia. Mas eu te ligava e você me procurava. A gente ia fazer compras no supermercado. Ia conversar lá perto da salinha que você foi trabalhar. Você aparecia nos lugares que nem queria ir, só pra me ver. A gente ficava junto da maneira que podia. E agora? Como eu faço pra dizer que tô com saudades? Pra dizer que tenho orgulho de você, que te admiro, que você foi uma das pessoas mais importantes da minha vida? Você sabia disso, eu sei que sabia. Mas dói muito saber que agora você não me ama mais, que não tenho mais você. Que alguém tirou de você a vida e tirou de mim uma alegria certa, uma amizade única, uma história linda. Não é justo, dadin. Você disse que ia cuidar de mim. Disse que era pra eu não chorar. Disse que ia ficar do meu lado. Eu trocaria tanta coisa pra poder te ver cumprindo isso que você prometeu. Pra ver você realizar os sonhos que me contava que tinha. Pra ver acontecendo tudo o que você imaginava pra sua vida. Eu queria tanto te ver envelhecer, ver as coisas loucas, boas, certas e erradas que você ia fazer. Eu sei que você não queria ir embora agora, eu sei. Você gostava de viver. Você era folgado, orgulhoso e pirracento, mas conquistou um monte de gente. Você era uma pessoa boa, eu sei que era. Você disse que eu te conhecia mais do que você mesmo, lembra? Por isso eu sei que não era pra ser assim. Ir embora não tava nos seus planos, não tava. E eu quero você de volta. Volta, volta, volta!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Mais um pra gente


Eu falo que te amo, você diz que me ama, e quase chego ao ponto de disputar internamente quem ama mais quem. E, no final das contas, não chego a nenhuma conclusão. A gente se gosta do nosso jeito diferente, mas acredito que igualmente verdadeiro. Sei que independente dessas e outras bobagens que a gente insiste em pensar, o amor existe de alguma forma, e não é difícil perceber. Ele aparece quando a gente tá feliz junto, rindo um do outro e fazendo nossa bagunça. Aparece quando um critica o outro dando algum apelido ou nome de bicho, quando a gente finge que tá grilado só pra fazer cara feia ou escreve algum recado bonitinho um pro outro. A gente sabe que o sentimento existe nessas coisinhas alegres e pequenas que, a longo prazo, significam muito. Mas o amor transborda é quando vai tudo muito mal. Quando um dos dois tá triste, com raiva ou incomodado com alguma coisa e o outro se faz presente com o maior zelo e cuidado que alguém poderia mostrar ter. E protege, anima, faz gracinha, só pra arrancar um sorriso sincero da pessoa que a gente gosta. E a gente tenta se ajudar quando o problema vem de fora e se acertar quando o problema é com a gente, do nosso jeitinho, pra não deixar que coisas pequenas estraguem algo grande. Só quem ama de verdade sabe renunciar o orgulho pra ficar junto, em paz.
Quando a gente pensa que tá difícil demais, alguma coisa lá no fundo diz que nada vai ser forte o bastante pra afastar duas pessoas que querem ficar juntas. Não tô falando da eternidade, porque sei que a gente não manda no tempo e o destino é coisa desconhecida. Mas meu bem, sempre haverá um jeito bom de lembrar de você. Porque foi quando tudo tava desabando que você ficou do meu lado, cumprindo as promessas mudas que tinha feito de estar aqui em todos os momentos. Aí sim dá pra ver quem é que gosta da gente. A gente vê o cuidado de verdade, a proteção e preocupação sinceras, e não aquilo que todo mundo diz ou escreve que sente. 
Acho que poucas pessoas no mundo têm a sorte de encontrar alguém em quem possam confiar. Que te apoie mesmo não concordando com você, que te faça rir mesmo quando você chora. Que diz que te ama mesmo quando você é chata, esquisita, tá feia ou acabou de acordar. Alguém que você tem certeza que não vai te fazer mal, porque existe respeito, carinho, lealdade. Nada imposto. Tudo conquistado. Alguma coisa que não dá pra explicar em letrinhas. Você diz que me ama e ainda sinto meu coração bater mais forte, mesmo depois de quase um ano desde a primeira vez que te ouvir dizer isso. Porque tenho certeza que encontrei a melhor pessoa do mundo pra ficar comigo e, quando penso nisso, sinto um conforto muito grande por dentro. Que às vezes vira algum texto como esse, pra dizer, entre outras coisas, que acordar de manhã é bem mais fácil quando a gente sabe que tem alguém pra deixar tudo mais leve, mais feliz e mais bonito na vida da gente.
Eu não sei nada do futuro, mas espero que ele guarde alguma coisa boa pra gente. Assim como já passamos por algumas situações difíceis e continuamos juntos, espero que nada abale a base forte dessa relação boa que a gente tem. Já ouvi dizer que "a amizade é uma alma com dois corpos". Vai ver por isso às vezes parece que estamos ligados um no outro. Nossa amizade nunca deixou de existir por causa do nosso relacionamento "sério". E enquanto eu escrevo esse monte de coisa repetida meu olho enche d'água, porque não sei como seria sem você. Não sei como seria minha manhã sem o seu bom dia, nem meu sono sem a boa noite que você me deseja todos os dias. Já parei pra pensar em como a vida pode ser imprevisível. E tudo que eu mais quero é que você sempre consiga lembrar de mim como uma fase boa da sua vida, independente de como ela termine (e que se deixe claro que não espero que termine tão cedo!).
De qualquer forma, desejo que o tempo nos aproxime cada vez mais e que a gente fique perto não só de corpo, mas de coração. Que o meu primeiro pensamento do dia continue sendo você. Que a conversa continue sendo boa, apesar do sono. Que o passeio continue divertido, mesmo se o lugar e a comida estiverem repetidos. Que a vontade de te amar permaneça sempre e que a alegria de estar junto nunca vá embora. Desejo que você continue sendo o melhor amigo que eu poderia ter, antes de qualquer outra coisa. Que o tempo nos dê experiência pra saber lidar com as coisas, mas que não tire de nós a vontade da conquista diária e o brilho que o início da paixão tem. Que eu possa continuar tentando explicar o quanto amo você e desejo que você seja muito, muito feliz. Que eu possa te escrever mais centenas de texto comemorando mais um mês juntos, como agora. Feliz dia de nós dois, amor!